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A bala de prata; A calamidade agrada a todos e pode baixar preço dos combustíveis

Na avaliação dos aliados de Bolsonaro, os parlamentares aprovariam a medida de olho em suas bases eleitorais. “Ninguém vai querer voltar para o seu estado e dizer que votou contra a redução do combustível ou dos alimentos”, disse uma fonte do governo

Coordenadores da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro acreditam ser fácil o Congresso apoiar a decretação de um novo estado de calamidade. A ideia é uma das alternativas no planos sobre a mesa dos aliados do presidente para se recuperar nas pesquisas de intenção de voto

Na avaliação dos aliados de Bolsonaro, os parlamentares aprovariam a medida de olho em suas bases eleitorais. “Ninguém vai querer voltar para o seu estado e dizer que votou contra a redução do combustível ou dos alimentos”, disse uma fonte do governo.

O decreto de calamidade pública foi usado durante a pandemia para que o governo pudesse romper o teto de gastos e aumentar despesas. E caiu no gosto do Planalto e seus apoiadores. Com a disparada do preço dos combustíveis e Bolsonaro mal nas pesquisas a quatro meses da eleição, a ideia agora é repetir a dose. Como não há pandemia, as justificativas serão a guerra na Ucrânia e uma possibilidade – não comprovada – de desabastecimento de diesel.

De acordo com uma fonte, Bolsonaro conversou com o ministro Paulo Guedes sobre a possibilidade de se estabelecer um limite de preço para itens da alimentação, que vão além da cesta básica.

A ideia é uma regressão às décadas de 1980 e 90, quando governos adotaram tabelamentos de preços e fracassaram. Guedes lembrou o presidente que países como Argentina e Venezuela não controlaram suas inflações assim.

De todo o modo, o decreto de estado de calamidade pública poderia ser defendido pelo ministro com a justificativa que não se trata de uma política econômica intervencionista, mas de exceção.

Aliados do governo acreditam que mesmo em caso de questionamento na Justiça, Bolsonaro poderia lucrar com a iniciativa dizendo que o Judiciário (leia-se o STF) o impede de ajudar a população.