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Educação – Professores de Salvador decidem pela manutenção da greve

Os profissionais da educação do município de Salvador decidiram, na manhã desta quarta-feira (25), pela manutenção da greve que foi iniciada há sete dias. A decisão aconteceu após uma nova assembleia da categoria, realizada no Ginásio de Esportes dos Bancários. O grupo aprovou ainda a entrega de uma nova contraproposta, segundo a qual apresentam à Prefeitura de Salvador um índice de reajuste de 23%.

A proposta anterior da categoria exigia reajuste de 33,24%, na tentativa de equiparar os vencimentos ao piso nacional da categoria. No entanto, a prefeitura oferece reajuste de 11,24%. Uma das principais reivindicações dos trabalhadores é a equiparação salarial ao piso nacional, de R$ 3.845.

“Realizamos uma assembleia hoje bastante representativa e nós votamos pela continuidade da greve. Também aprovamos uma contraproposta para apresentar ao Executivo municipal de 23% mais duas referências. Na sexta-feira nós realizaremos uma nova assembleia. A luta continua”, explicou Elza Melo, diretora da APLB Sindicato.

Na ocasião, a categoria também decidiu se reunir na manhã desta quinta-feira (26), para uma lavagem da sede da Secretaria da Educação de Salvador (SMED), no bairro de Ondina. Além disso, uma nova assembleia será realizada na próxima sexta-feira (27), no mesmo Ginásio de Esportes dos Bancários, no Centro de Salvador.

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SMED

Diante do cenário de greve, o secretário da Educação de Salvador (Smed), Marcelo Oliveira afirmou, na terça-feira (24), que cerca de 80% das escolas municipais estão funcionando, apesar da greve declarada por um grupo de professores, e convocou os pais para que levem seus filhos para as unidades de ensino.

Segundo o secretário, o piso salarial da categoria já é pago em Salvador e, com o reajuste de 11,37% proposto pela prefeitura, a remuneração média dos professores será de R$ 8,3 mil. 

“Fazemos um apelo para as famílias que levem as crianças para a escola, porque só temos 20% das escolas que paralisaram. Portanto, quase 80% das escolas estão funcionando e a gente apela para que os pais levem seus filhos, suas crianças para a escola, que estão lá com professores e portas abertas”, disse o secretário. 

Marcelo Oliveira ressaltou ainda, que as escolas retornaram às atividades presenciais recentemente após dois anos fechadas por conta da pandemia da Covid-19. “Temos uma greve num momento absolutamente impróprio, inadequado. Após dois anos de aulas suspensas por conta da pandemia, nossas crianças estão com graves deficiências de aprendizado, e com essa greve esse prejuízo das crianças vai se tornar irrecuperável”, salientou. 

Por fim, o secretário explicou que, em Salvador, os professores já recebem o salário acima do piso, antes mesmo do mais recente reajuste aprovado pelo governo federal. Hoje, o piso nacional é de R$ 3.845, enquanto na capital baiana este valor gira em torno dos R$ 4,3 mil.

“Então a remuneração do professor está muito acima do piso. Nós oferecemos 11,37% que é o limite da nossa capacidade de remunerar os professores. Consumimos, com salário apenas de professor, mais do que a totalidade do que recebemos do Fundeb”, concluiu.

Negação

Por sua vez, o professor e coordenador geral da APLB Sindicato, Rui Oliveira falou ao Portal M!, sobre a declaração feita pelo secretário de Educação, que afirmou que 80% das escolas estavam funcionando. Segundo Rui, a maioria das escolas estão paradas.

“Se tivesse 80% das escolas funcionando, se você fosse o secretário, se preocuparia com alguma greve? Claro que não. É falácia. O secretário, como não conhece a realidade fica blefando. A maioria das escolas estão paradas. A nossa assembleia hoje estava entupida, basta observar”, disse.

O coordenador geral da APLB também comentou a afirmação de Marcelo Oliveira, de que o piso salarial da categoria já é pago em Salvador. De acordo com o professor, o governo paga de salário base atualmente, cerca de R$ 2.400.

“O secretário confunde piso com teto. Eu o perdoo, porque como ele é um engenheiro eletricista, não entende nada de educação ou legislação educacional, então na realidade, o governo paga de salário base hoje, cerca de R$ 2.400 a um professor da rede municipal, e o piso é R$ 3.845, então o governo está blefando. Mais uma vez, distorcendo a realidade, para confundir a sociedade. Não vai conseguir”, concluiu.

Conteúdo Portal MI