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Eleições 2022 – Campanha de Lula-PT e a dura realidade do teto de votos

Embora apareça liderando algumas pesquisas, o ex-presidente Lula-PT segue enclausurado em eventos de “porteira fechada” para militantes, sem a verdadeira presença do povo. Nas últimas semanas, pesquisas feitas Brasil afora começam a apontar liderança de Bolsonaro. Assim, o sinal de alerta está ligado na campanha petista, cujos números parecem bater no teto

Com a maior proximidade do pleito de outubro, o cenário de polarização vem se consolidando cada vez mais. A Terceira Via não conseguiu arregimentar uma candidatura de expressão capaz de atrair para si votos e, em meio ao derretimento de Dória e a precária ascensão de Simone Tebet, no final restara apenas Bolsonaro e Lula.

Inicialmente otimistas, os petistas já enxergam as dificuldades que terão que enfrentar rumo ao Palácio do Planalto. Levados a acreditar na possibilidade de vitória no primeiro turno, graças ao desgaste imposto a Bolsonaro pela infração e preços dos combustíveis, que impedem o presidente de alavancar com mais força seus números nas pesquisas que, na última semana, partidos de esquerda já refazem seus cálculos. O balde de água fria vem das pesquisas que, além de apontar liderança de Bolsonaro, listam ainda a queda percentual acentuada de Lula

Porém, um breve olhar sobre as médias históricas do ex-presidente Lula, durantes campanhas passadas, tornam ainda mais negro o horizonte. Segundo estudo do Arko Advice, observando as últimas seis pesquisas divulgadas neste mês e consolidando somente os votos válidos das últimas pesquisas, são grandes as possibilidades de que Lula estar em seu teto de intenções de voto.

A visão dos números traz à tona que Lula teria praticamente o mesmo percentual de votos válidos de quando disputou sua última eleição presidencial (2006). Veja no gráfico abaixo.

Em busca dos votos de Ciro

Outro ponto que expõe os mares perigosos por onde navega a nau petista, a insistência dos caciques em eliminar candidaturas de centro-esquerda como a de Ciro Gomes. A esperança é atrair os votos dos eleitores para a base petista. Entretanto, ao contrario do que podem imaginar, a base de Ciro Gomes também abriga eleitores antipetistas. Assim sendo, mesmo que ele desista, apenas um percentual dos seus eleitores migraria para Lula. A outra, possivelmente, teria um voto antipetista e adeririam a Bolsonaro

Outro fator que indica que o ex-presidente possa ter chegado no seu teto é a pressão que o PT começa a fazer para que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) desista de ser candidato. Como Ciro é o nome mais forte da terceira via – com cerca de 8% das intenções de voto – sua desistência poderia aumentar a votação no ex-presidente, pois parte do eleitorado de Ciro tem Lula como a segunda opção de voto.

Porém, no mundo real, as chances de Ciro Gomes desistir são remotas. Além do PDT ter, na semana passada, reafirmado seu compromisso com o projeto Ciro, através de seu presidente nacional, Carlos Lupi, é interessante para o PDT manter a candidatura de Ciro, que oferece palanque para deputados Brasil a fora, e tira o partido da posição de coadjuvante do PT.

Outro dado preocupante, a chegada da campanha exporá Lula à eficiente máquina de mobilização digital bolsonarista, que, certamente, explorará a pauta dos costumes e a narrativa antipetista contra Lula. A força das ruas e a artilharia digital bolsonarista, aliada as declarações do petista sobre aborto, classe média, soberania nacional, controle da mídia e economia serão munição para comprometer parte da força eleitoral que o ex-presidente poderia apresentar.