Embora apareça liderando algumas pesquisas, o ex-presidente Lula-PT segue enclausurado em eventos de “porteira fechada” para militantes, sem a verdadeira presença do povo. Nas últimas semanas, pesquisas feitas Brasil afora começam a apontar liderança de Bolsonaro. Assim, o sinal de alerta está ligado na campanha petista, cujos números parecem bater no teto
Com a maior proximidade do pleito de outubro, o cenário de polarização vem se consolidando cada vez mais. A Terceira Via não conseguiu arregimentar uma candidatura de expressão capaz de atrair para si votos e, em meio ao derretimento de Dória e a precária ascensão de Simone Tebet, no final restara apenas Bolsonaro e Lula.
Inicialmente otimistas, os petistas já enxergam as dificuldades que terão que enfrentar rumo ao Palácio do Planalto. Levados a acreditar na possibilidade de vitória no primeiro turno, graças ao desgaste imposto a Bolsonaro pela infração e preços dos combustíveis, que impedem o presidente de alavancar com mais força seus números nas pesquisas que, na última semana, partidos de esquerda já refazem seus cálculos. O balde de água fria vem das pesquisas que, além de apontar liderança de Bolsonaro, listam ainda a queda percentual acentuada de Lula
Porém, um breve olhar sobre as médias históricas do ex-presidente Lula, durantes campanhas passadas, tornam ainda mais negro o horizonte. Segundo estudo do Arko Advice, observando as últimas seis pesquisas divulgadas neste mês e consolidando somente os votos válidos das últimas pesquisas, são grandes as possibilidades de que Lula estar em seu teto de intenções de voto.
A visão dos números traz à tona que Lula teria praticamente o mesmo percentual de votos válidos de quando disputou sua última eleição presidencial (2006). Veja no gráfico abaixo.
![](https://naresenha.com.br/wp-content/uploads/2022/05/Grafico-Lula-Eleicoes.png)
Em busca dos votos de Ciro
Outro ponto que expõe os mares perigosos por onde navega a nau petista, a insistência dos caciques em eliminar candidaturas de centro-esquerda como a de Ciro Gomes. A esperança é atrair os votos dos eleitores para a base petista. Entretanto, ao contrario do que podem imaginar, a base de Ciro Gomes também abriga eleitores antipetistas. Assim sendo, mesmo que ele desista, apenas um percentual dos seus eleitores migraria para Lula. A outra, possivelmente, teria um voto antipetista e adeririam a Bolsonaro
Outro fator que indica que o ex-presidente possa ter chegado no seu teto é a pressão que o PT começa a fazer para que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) desista de ser candidato. Como Ciro é o nome mais forte da terceira via – com cerca de 8% das intenções de voto – sua desistência poderia aumentar a votação no ex-presidente, pois parte do eleitorado de Ciro tem Lula como a segunda opção de voto.
Porém, no mundo real, as chances de Ciro Gomes desistir são remotas. Além do PDT ter, na semana passada, reafirmado seu compromisso com o projeto Ciro, através de seu presidente nacional, Carlos Lupi, é interessante para o PDT manter a candidatura de Ciro, que oferece palanque para deputados Brasil a fora, e tira o partido da posição de coadjuvante do PT.
Outro dado preocupante, a chegada da campanha exporá Lula à eficiente máquina de mobilização digital bolsonarista, que, certamente, explorará a pauta dos costumes e a narrativa antipetista contra Lula. A força das ruas e a artilharia digital bolsonarista, aliada as declarações do petista sobre aborto, classe média, soberania nacional, controle da mídia e economia serão munição para comprometer parte da força eleitoral que o ex-presidente poderia apresentar.