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Elvis, de Baz Luhrmann: 6 lições de carreira do filme que conta a trajetória do astro

Além de ser um bom entretenimento, a mais nova cinebiografia do músico e compositor americano também traz boas reflexões sobre carreira. A pedido da EXAME, Maria Sartori, diretora associada da Robert Half destacou algumas

Estrelado por Austin Butler e Tom Hanks, o filme “Elvis”, estreou há quase um mês e segue batendo recordes de audiência e de público. Nos Estados Unidos, o longa arrecadou US$ 136,5 milhões, somando US$ 251,2 milhões mundialmente.

Fonte: Exame

Quem foi Coronel Tom Parker, narrador do filme “Elvis?

O filme de Baz Luhrmann, conhecido por Moulin Rouge (2001) e O Grande Gatsby (2013), retrata a carreira do rei do rock a partir da visão do vilão da história, o Coronel Tom Parker (Tom Hanks), ex-empresário de Elvis Presley.

O agente não tinha nada de Coronel e muito menos de Parker, sendo que escondeu boa parte da vida o seu nome verdadeiro, Andreas Cornelis van Kuijk e que havia nascido, na verdade, na Holanda. 

Considerado por muitos o responsável pelo declínio de Elvis Presley, Parker foi, com certeza, um dos empecilhos para o astro trilhar uma carreira internacional. A razão? O Coronel havia emigrado ilegalmente para os EUA aos 20 anos e, por isso, tinha medo de ir para o exterior e ser descoberto. Depois da morte de Elvis, Parker foi condenado por abuso financeiro cometido contra o astro. 

Mas, se nem a maquiagem nem o sotaque são suficientes para fazer a gente esquecer que Parker, o narrador do filme, é o astro Tom Hanks, por outro lado, o novato Austin Butler simplesmente some na pele de Elvis. Da voz a expressão corporal, o ator, até então desconhecido do grande público, arrebata com a interpretação do cantor.

Mas, além de ser um bom entretenimento, a mais nova cinebiografia do músico e compositor americano, marcado por uma trajetória meteórica, mas trágica também traz boas reflexões sobre carreira. A pedido da EXAME, Maria Sartori, diretora associada da Robert Half destacou algumas.

Veja, a seguir, seis lições de carreira do filme Elvis, de Baz Luhrmann:

1. Assuma o protagonismo nas suas escolhas

No filme, é possível perceber que Elvis Presley passou boa parte da vida colocando as vontades de outras pessoas à frente das suas. Primeiro, com a sua mãe e, depois, com o seu empresário. Para Satori, da Robert Half, algo que é definitivamente ruim.

“Por mais que deixar as escolhas da sua carreira nas mãos de outras pessoas pareça confortável e cômodo em um primeiro momento, a falta de protagonismo, além de nos deixar frustrados, pois vai contra as nossas verdadeiras vontades, também nos impede de “aprender” ao longo da trajetória profissional e de nos conhecermos a ponto de tomar decisões alinhadas ao nosso perfil”, diz.

“No ambiente corporativo, vemos situações similares a essa no contexto de “promoção” de um excelente especialista, que passa a assumir um cargo de  gestão, sem que esse profissional de fato tenha habilidades ou até a vontade de desenvolver skills de liderança. Neste caso, ganha-se um péssimo líder, um profissional frustrado e perde-se um excelente especialista”, completa.

2. Escolha bem os seus mentores

O Coronel Parker foi ao mesmo tempo a melhor e a pior coisa que aconteceu na carreira do Elvis. Ajudando-o a alcançar o estrelato, mas posteriormente abusando financeiramente do astro.

Para Sartori, embora ter mentores em nossas vidas ajude a enxergar possibilidades e encontrar caminhos de carreira, é muito importante nos conectarmos com profissionais que conhecemos e admiramos a trajetória. Algo que foi ignorado por Elvis na escolha do Coronel Parker.

“É fundamental buscar profissionais que tenham tido vivência e experiência profunda para efetivamente acrescentar a nossa trajetória. Vale também ressaltar que o papel do mentor não é tomar decisões pelo mentorado e sim ajudar, mostrando as possibilidades e caminhos que podem ser tomados ao longo dos anos. Faz parte do amadurecimento profissional a capacidade de tomada de decisão e o protagonismo da própria carreira”, diz.

3. Conviva com o diferente

No filme fica claro a influência da música e da cultura negra nas referências musicais e estéticas de Elvis. O astro chegou a ser perseguido por segregacionistas na época e teve que ir para o exterior para mudar a imagem.

Para Sartori isso é exemplo de que, por mais talentosa que uma pessoa seja, conviver com o diferente nos ajuda a sermos melhores.

“Existe uma outra grande lição profissional nessa história, que é a visão de como uma tragédia pode abrir possibilidades e oportunidades. No caso de Elvis, a tragédia da prisão do pai fez com que eles se mudassem para um novo bairro e ele tivesse oportunidade de conviver com a cultura negra, se desenvolvendo musicalmente de uma maneira extremamente autêntica e completamente diferente dos padrões da época”, diz.

“O mesmo aconteceu na vida de tantos profissionais que ao longo dos anos de pandemia perderam seus trabalhos e aproveitaram a situação para se reinventar em outras carreiras ou empreender”, completa.

4. Tenha clareza do seu propósito

Depois de sofrer perseguição dos conservadores segregacionistas da época, Elvis precisa mudar totalmente seu modo de agir, deixando para trás suas raízes no soul e R&B. Mas logo ele fica infeliz, mesmo ganhando bastante dinheiro.

Para Sartori, isso deixa evidente que, mais importante do que ter sucesso, é encontrar algo que te motiva e que esteja alinhado com a sua missão de vida.

Na vida profissional, o sucesso é consequência do propósito, pois quando um profissional ama o que faz ele entrega acima das expectativas e isso gera o sucesso.

“É por isso que sempre que falamos a respeito de planejamento de carreira, mais relevante do que “onde quero chegar”, são os passos que precisam ser dados para atingir o objetivo final. Se a caminhada não te motivar e fizer sentido, o objetivo final precisa ser revisto”, diz.

5. Vivência internacional

Por causa do seu empresário, que tinha uma identidade falsa, Elvis nunca conseguiu sair dos Estados Unidos, sufocando o sonho de ter experiências internacionais. Para Sartori, em mundo cada vez mais conectado, entender, saber conviver e respeitar outras culturas torna-se essencial.

“Os profissionais que têm a possibilidade dessa exposição internacional têm a oportunidade de desenvolver essas habilidades mais tempestivamente”, diz.

6. Determinação

É possível aprender até mesmo com o vilão do filme, o Coronel Parker. Segundo Sartori, a determinação do empresário ao ver o talento de Elvis é muito importante.

“Ele entendeu que teria que renunciar aos seus outros projetos, como os outros artistas que também gerenciava, e colocar todo o foco naquilo que acreditava, no caso a carreira do Elvis. Em um ambiente cada vez mais competitivo, é importante nos entregarmos por completo no que acreditamos”, afirma.