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Na garupa de Bolsonaro

Com sua preferência por motociatas, que evitam contato mais direto com o público, Jair Bolsonaro criou uma nova categoria para políticos, a do garupinha.

A cada passeio do presidente sobre duas rodas, alguns disputam o privilégio de andar no mesmo banco presidencial, mas só um consegue. É a vida.

O garupinha é um derivado bolsonarista do “papagaio de pirata”, aquela figura que sempre arruma um jeito de aparecer numa foto. Com presidentes e demais autoridades, eles sempre arrumam um jeito de se aproximar e fazer parte da cena. Mas papagaio de pirata pode ser mais de um; garupinha, não: só cabe um, sob pena de multa. Ser garupinha não é para qualquer um.

Nesta sexta-feira, em Umuarama, no Paraná, Bolsonaro fez mais uma motociata. No meio da festa, os deputados Aline Sleutjes (PROS) e Filipe Barros (PL) disputaram o privilégio de ser o garupinha de Bolsonaro. Afinal, andar por alguns minutos com o presidente, acenando e com aquele vento no rosto rende imagens de valor incomensurável a quem vai disputar com dezenas de outros uma vaga na Câmara dos Deputados por mais quatro anos. É possível fazer miséria nas redes sociais com o vídeo e a foto.

Mas Sleutjes e Barros são deputados de primeiro mandato em Brasília e jovens na política – e, ao contrário do futebol, aqui a experiência faz diferença. Enquanto os novatos corriam e disputavam, quem conhece os atalhos do campo já estava no lugar: Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara, deputado desde 1995, seis mandatos, que negociou com cinco presidentes da República.

Sem se mexer, foi Barros quem teve o privilégio de ser o garupinha de Bolsonaro em Umuarama. Sem capacete, como é de praxe, claro.

O Bastidor