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Ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro. Foto: Isaac Amorim/AG. MJ/Arquivo

Senador Sérgio Moro questiona indicação de advogado pessoal de Lula ao STF

Subtítulo: Ex-juiz da Lava Jato expressa preocupações sobre proximidade e possíveis impedimentos

O senador Sérgio Moro, renomado ex-juiz da Operação Lava Jato, levantou dúvidas em relação à indicação de Cristiano Zanin Martins, advogado pessoal do presidente Lula, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), argumentando que essa escolha revela uma proximidade preocupante. Durante uma entrevista ao Estadão, Moro destacou declarações anteriores do próprio Lula, afirmando que o Supremo não é o lugar para nomear amigos e ressaltou a indagação central: “A grande indagação é essa.”

Moro participará da sabatina no Senado, na qual Zanin passará por uma série de perguntas visando a esclarecer seu entendimento jurídico, bem como a relação entre ele e o presidente Lula, além de eventuais impedimentos para que o indicado possa julgar casos relacionados à Lava Jato. O senador avalia que questões desse tipo podem atrapalhar a indicação e afirmou que a conexão pessoal entre ambos gera incômodo, o que poderia interferir no desempenho de Zanin no STF. O ex-juiz reforçou que sua preocupação é puramente institucional, sem questões pessoais envolvidas.

A expectativa é que a sabatina de Zanin seja agendada rapidamente, proporcionando um encontro entre o ex-juiz e o advogado que se enfrentaram em embates na Lava Jato, agora com papéis distintos: Moro como senador e Zanin como possível ministro do STF. A aprovação do nome de Zanin no Senado é um passo necessário antes que ele possa assumir a cadeira do ministro aposentado Ricardo Lewandowski.

Além disso, ministros do STF também elogiaram Zanin. O ministro aposentado Celso de Mello afirmou que o advogado preenche todos os requisitos para se tornar ministro, destacando sua notabilidade, integridade e dignidade. Segundo Celso de Mello, o fato de Zanin ter defendido Lula nos últimos anos não descaracteriza os requisitos constitucionais que o advogado efetivamente possui. O ministro aposentado comparou essa situação com exemplos de juízes da Suprema Corte americana, como Felix Frankfurter e Robert H. Jackson, que também eram amigos e conselheiros pessoais do presidente Franklin D. Roosevelt durante suas indicações ao tribunal.

(Fonte: Estadão)