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PP baiano quer Lira reeleito para apoiar Lula, segundo Cajado

Presidente nacional do PP, o deputado federal baiano Cláudio Cajado condiciona o apoio ao governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição de Arthur Lira (PP) como presidente da Câmara dos Deputados.

“Tem que ver se o PP vai ser base de governo ou não. Estamos conversando, até porque não surgiu nenhum convite para conversar. Às vezes o partido não integra a base, mas tem membros que passam a apoiar o governo. Não surgiu nenhum convite. É possível que venha a ocorrer (convite) em função da presidência da Câmara. Se o governo passa a apoiar o nome do deputado Arthur Lira, obviamente que pode acontecer uma contrapartida, não é verdade?”, disse Cajado, em entrevista ao jornal O Globo.

Cajado diz ainda que o partido aceita “ajustar” as emendas de relator no ano que vem. O PT apresentou ao Congresso o plano de uma “PEC de Transição” para acomodar o Auxílio de R$ 600 e programas sociais, mas está negociando se manterá o orçamento secreto, como ficaram conhecidas as emendas que atendem parlamentares da base de forma desigual. 

“Essa questão de emenda de relator, vamos ter que fazer um ajuste, tendo em vista principalmente o que o novo governo pensa. Lula sempre foi contra, mas eu já ouço dizer que vai haver uma negociação”, acrescentou. 

Cajado defende que o governo deverá se posicionar agora de forma mais clara sobre quais políticas públicas enxerga como prioritário encaixar no Orçamento, como isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, aumento do salário-mínimo ou aumento para servidores, assim como sobre a questão das emendas de relator, que foram criticadas por Lula na campanha.

Na Bahia

Cláudio Cajado deixou aberta a possibilidade de o seu partido voltar para a base petista depois de Jerônimo Rodrigues (PT) vencer a disputa ao governo da Bahia no último domingo. O petista foi eleito com 52% dos votos válidos contra 48% de ACM Neto (União Brasil).

“Vamos reunir os membros do partido junto com a Executiva estadual para discutir os rumos que iremos tomar. Porém, temos de aguardar também o novo governo se manifestar e se quer conversas institucionais conosco”, disse Cajado à Tribuna.

O PP rompeu no início deste ano com a base petista para apoiar o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que acabou em segundo lugar na eleição estadual. O partido indicou o deputado federal Cacá Leão para ser candidato ao Senado na chapa oposicionista, mas ele acabou derrotado pelo senador Otto Alencar (PSD) que foi reconduzido ao posto nas eleições deste ano.